Inspirada em um texto emblemático de Gilberto Gil, esta estampa nasce do encontro entre dois arquétipos de resistência, beleza e grandeza: o cangaceiro nordestino e o rastaman jamaicano. Dois caminhos distintos, unidos pela mesma busca por liberdade, justiça e dignidade. Aqui, o rosto é um só — dividido e, ao mesmo tempo, inteiro. De um lado, o sertão, o couro, a luta e o baião. Do outro, a espiritualidade, a palavra, o reggae e a ancestralidade africana. Uma imagem que fala de mestiçagens, travessias e identidades forjadas na resistência cultural. Criada em preto e branco, a estampa dialoga diretamente com a estética da xilogravura e dos folhetos de cordel, como se fosse a capa de um livreto que conta, em silêncio, uma história profunda e ancestral. Mais do que vestir um símbolo, é vestir memória, pertencimento e consciência. Para quem carrega o Nordeste e a Jamaica no peito — mesmo quando o corpo está longe.

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